quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Resenha: Jane Eyre (1943)

A adaptação cinematográfica de "Jane Eyre", datada de 1943 é uma das mais conhecidas. Conta com Orson Welles no papel de Mr. Rochester e Joan Fontaine como Jane Eyre

Orson Welles e Joan Fontaine

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS
A primeira versão de "Jane Eyre" que assisti foi a de 2011, com Mia Wasikowska e Michael Fassbender nos papéis principais, logo que terminei de ler o livro. Procurando por mais versões, me deparei com várias, entre elas a de 1943. Ainda em preto e branco, o filme é um clássico. O longa conta com roteiro do aclamado escritor Aldous Huxley, famoso pelo livro "Admirável Mundo Novo".
Como fã incondicional de "Jane Eyre", assisto todas as versões possíveis e inevitavelmente, as comparo entre si. 
A primeira parte da história, os conflitos de Jane na casa de sua tia, Mrs. Reed, é razoável, omite alguns pontos. A garotinha que a interpreta mostra-se impetuosa, uma boa atriz. Quando em Lowood, a querida amiga de Jane, Helen Burns é interpretada por Elizabeth Taylor. A cena do banquinho está presente em todas as versões e esta é a minha preferida. O que não entendi foi: St. John Rivers não existe nessa versão. O sobrenome Rivers é empregado a um médico de Lowood. Por essa observação, já se pode perceber que pontos importantíssimos serão ignorados.
Joan Fontaine era uma das atrizes mais famosas da época e belíssima. Para quem leu o livro, certamente a aparência de Joan causa estranheza, ao passo que Jane é descrita como pequena, obscura, sem atrativos físicos. Ela nos entrega uma Jane passiva, com olhares furtivos. Orson é uma bom Rochester, não o melhor, mas creio que por conta de sua voz grave, ele marca presença. A presença de Grace Poole é, se não constante, válida. O que mais me encantou no filme foi a garotinha que interpretou Adele, um amor. 

Margaret O'Brien

A falha (proposital) acontece após o casamento frustado entre os dois protagonistas. Jane, no livro, quando decide abandonar Rochester, vaga sem rumo por alguns dias antes de ser acolhida pelos Rivers. O que acontece nesta versão é que Jane volta para a casa de sua tia! Isso muda completamente a história, já que é na casa dos Rivers que ela mostra toda sua força, e também há a questão da herança, que a torna uma mulher independente. Esse é um erro imperdoável!
A versão não é a mais fiel ao livro, tampouco a melhor, mas para quem quer assistir todas as versões de "Jane Eyre", ela não pode faltar. É uma das primeiras versões (a de 1934 é a mais antiga, creio), e por isso é válida. As atuações dos atores condiz com a época, e Orson Welles é um ator e tanto. No geral, salvo os erros apresentados, gostei muito.

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